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Boa parte do público
que se encaminha ao cinema hoje em dia, procura encarregar-se, de uma forma ou
de outra, do máximo de informações sobre uma determinada obra fílmica. Seja
lendo sobre a história, seja vendo seus inúmeros trailers, ou lendo uma resenha
como esta, a fim de não entrar em uma furada e estragar um momento que se
desejaria ser prazeroso. Pois bem, o trailer do filme em questão, A Cura,
possui uma potência narrativa incrível, trazendo algo extraordinário e
prometendo um thriller de horror psicológico bem interessante.
Bem, um conselho também
interessante a se dar é cuidado! Pois o que vem por aí pode não ser o
prometido. O filme tem como storyline
a saga de um jovem corretor de finanças, Mr. Lockhart (Dane DeHaan), que
carrega um pesado trauma de infância, que tem como objetivo trazer de volta a
Nova York, um dos sócios majoritários de sua firma que está se refugiando em um
spa nos alpes suíços, a fim de realizar uma fusão lucrativa de empresas. Aqui
começam os clichês e o filme tem vários deles: o refúgio suíço, é uma antiga
mansão isolada, com uma história macabra e repleta de paganismo, rodeada por
uma pequena vila de moradores amedrontados e acuados pelos acontecimentos que
ocorrem por lá.
O lugar parece ser um
elo esquecido pelo tempo, um sanatório dos anos de 1940 ou 50 onde todos se
vestem de branco, são excessivamente comportados e felizes, pois ali se
encontra a cura divina por um elemento extremamente simples, a água que brota
na região. Fica evidente a semelhança com o filme Ilha do Medo de Martin
Scorsese e por um breve momento, o filme toma quase o mesmo rumo que a história
protagonizada por Leonardo DiCaprio. Mas não, e aqui se impõem o dilema de um
crítico, não se aprofundar demais na história para que outros tenham suas
subjetivas opiniões.
O
filme começa muito bem com o enredo sendo colocado de maneira rápida e concisa,
com um trabalho excelente temporalmente no uso dos flashbacks. Essa mesma velocidade e precisão da montagem do filme
se diluemem uma trama longa e arrastada sem nenhuma grande reviravolta, com os
mesmo dilemas sendo colocados em questão, se ele está ou não dentro de um plano
maquiavélico.
O diretor Gore
Verbinski, o mesmo diretor de O Chamado, possui tato para filmes de
horror, fazendo o uso de ruídos sonoros com maestria, além da trilha sonora e
bons enquadramentos, principalmente com planos de fundo. Mas sua tendência aos
maneirismos do sobrenatural, com sequências de eventos inexplicáveis sem
qualquer nexo com a história principal, retira o foco de um filme que poderia
ser bem maior do que o apresentado. Nota-se seu talento e afeição aos grandes
nomes do cinema, em planos que fazem lembrar Stanley Kubrik, por exemplo, mas
isso não traz a empatia suficiente.
Por fim vale ressaltar
a estética do filme, trazendo estilismo de um filme de época sem uma explicação
razoável por essa escolha e o final que realmente joga o filme em alguns
patamares abaixo do que poderia ser esperado, com um enredo forjado para dar
certo, mas se ocupa de elementos falíveis. Detalhe para o ator Jason Isaacs,
que está ótimo em mais uma vez interpretar um vilão caricato.
Por
Lucas Scalioni
Nota:
5,0
Ficha
Técnica
EUA/Alemanha 2017
Diretor:
Gore Verbinski
Roteiro:
Gore Verbinski
Elenco:
Dane DeHaan, Jason Isaacs, Mia Goth, Celia Imrie
Estreia
16/02
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