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Com
uma narrativa simples, o novo “thriller de verão” é eficiente
em deixar o espectador apreensivo, com aquela sensação “boa” de
que algo muito ruim está para acontecer. Sem rodeios no seu enredo,
Águas Rasas promove aquele velho medo do mar e do que
ele esconde.
O
thriller de tubarão conta a história de Nancy Adams (Blake
Lively), estudante de medicina e surfista do Texas, que busca
reclusão em uma paradisíaca praia secreta do México para lidar com
a perda da mãe. Enquanto surfa ela acaba invadindo o território de
um gigantesco tubarão-branco e é atacada. Longe da praia e lutando
contra o tempo, Nancy é obrigada a tomar refúgio em uma pequena
rocha cercada por água. Ali ela travará uma batalha contra o tempo
pela sobrevivência.
Atenção! "Águas Rasas" não é só mais um filme de tubarão!
Parece
que depois do Tubarão (Jaws) de Steven Spielberg,
todos os outros passaram a ser só mais um “filme de tubarão”
(até mesmo as continuações do original). A comparação com o
filme de Spielberg é tão desleal que não vou fazê-la. O que farei
é dizer que se há um segundo colocado, este é – de longe –
Águas Rasas.
A
direção de Jaume Collet-Serra (diretor de A Órfã e A
Casa de Cera) mistura cenas contemplativas com cenas de muita
ação, criando vagarosamente o clima de cada sequência e ao mesmo
tempo mantendo o ritmo do filme.
Collet-Serra
usa habilmente a câmera lenta. No primeiro ato do filme, ela serve
para estabelecer a beleza da praia e a protagonista como excelente
esportista. Quando a ameaça do tubarão-branco é apresentada, o
slow-motion é usado de outra forma, chegando a compor cenas
extremamente artísticas enquanto Nancy nada por sua vida. A cena da
personagem nadando pelo “campo” de águas-vivas nos faz esquecer
o que está acontecendo e passamos a contemplar a tela como uma
pintura.
A
fotografia também faz um ótimo uso de filmagens em baixo d’água,
passando o ponto de vista de quem está nadando e usando a câmera
subjetiva para criar a tensão da espreita do tubarão, um clichê de
filmes similares que funciona muito bem aqui.
Águas
Rasas é inteiramente dependente da atuação da atriz, na medida
em que a protagonista tem muito tempo de tela em que aparece sozinha,
pensando na vida e no que vai fazer para sobreviver. A gossip girl
Blake Lively faz bem o papel melodramático de Nancy, que
sofre muito na história. Logo na primeira metade do filme ela é
mordida pelo tubarão. Ilhada em uma rocha revelada pela maré baixa,
Nancy costura o enorme raso em sua perna usando seus brincos e
lavando o machucado com a água salgada do mar (uma cena só para os
fortes de estômago). Em outra cena, um surfista a caminho para
resgatá-la é atacado. Mas não vemos a ação. Collet-Serra escolhe
mostrar um close-up do rosto da protagonista vendo o horror
diante de seus olhos, em uma cena bem mais emocionante do que seria
mostrar o grande animal estraçalhando o pobre surfista.
Os
últimos 20 minutos do filme são de ação intensa, momento em que o
filme mais se aproxima dos outros do mesmo subgênero. Águas
Rasas usa bem os clichês, presentes no filme todo e metralhados
nesta última parte. O desfecho do filme é uma surpresa que foge à
verossimilhança, mas não deixa de ser divertido e gratificante.
Por
Otávio Lima
Nota
8
Ficha
Técnica
Águas
Rasa (The Shallows) – 87 min.
EUA – 2016
Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Blake Lively, Sedona Legger, Óscar Jaenada, Brett Cullen
EUA – 2016
Diretor: Jaume Collet-Serra
Roteiro: Anthony Jaswinski
Elenco: Blake Lively, Sedona Legger, Óscar Jaenada, Brett Cullen
Estreia 04/08
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