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Os argentinos estão à beira de um ataque de nervos. Assolados há mais de uma
década por problemas econômicos e sociais (e ainda perderam a Copa do Mundo
para a Alemanha...), pelo menos no cinema estão batendo um bolão. Em Relatos
Selvagens, esse momento é muito bem captado e ficcionalizado por Damián Szifron, diretor, roteirista e
montador desta comédia de humor negro, que apesar de estampar um estilo muito
pessoal, não deixa de acenar ao grande público.
Escalado para abrir a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano, o longa é formado por seis curtas de aproximadamente vinte minutos cada, focalizando situações bastante corriqueiras, tendo como ponto em comum duas questões: a situação limite e a consequente vingança. Há o engenheiro cujo carro é repetidamente rebocado sem razão; a noiva que descobre ter sido traída no casamento; os motoristas que brigam por bobagem numa estrada deserta, entre outras.
Apesar de ter uma certa previsibilidade, principalmente depois que se
percebe o padrão temático, o modo como cada episódio é encenado surpreende e
encanta. Isso porque há toda uma elaboração de roteiro e mise en scene que permite a construção de uma situação dramática
completa, a despeito da duração reduzida. Um grande acerto é não psicologizar
demais nem tentar fazer um estudo sociológico; pelo contrário, as histórias são
contadas de maneira simples e direta, valendo-se de elementos como suspense, drama e
humor intercalados que trabalham para pressionar e relaxar a audiência de
maneira eficiente.
Produzido por Pedro Almodóvar e com trilha sonora de Gustavo Santaolalla, Relatos Selvagens é uma super-produção, no melhor sentido da palavra. Tem um numeroso e ótimo elenco, capitaneado por Ricardo Darín, maior nome do cinema argentino na atualidade; cenários variados, muito deles locações, trabalho de câmera criativo e, principalmente, histórias interessantes e muito bem contadas. O resultado é uma verdadeira goleada.
Por Gilson Carvalho
Nota 9
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Escalado para abrir a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo deste ano, o longa é formado por seis curtas de aproximadamente vinte minutos cada, focalizando situações bastante corriqueiras, tendo como ponto em comum duas questões: a situação limite e a consequente vingança. Há o engenheiro cujo carro é repetidamente rebocado sem razão; a noiva que descobre ter sido traída no casamento; os motoristas que brigam por bobagem numa estrada deserta, entre outras.
"Relatos Selvagens", ou como transformar uma crise em um excelente filme

Produzido por Pedro Almodóvar e com trilha sonora de Gustavo Santaolalla, Relatos Selvagens é uma super-produção, no melhor sentido da palavra. Tem um numeroso e ótimo elenco, capitaneado por Ricardo Darín, maior nome do cinema argentino na atualidade; cenários variados, muito deles locações, trabalho de câmera criativo e, principalmente, histórias interessantes e muito bem contadas. O resultado é uma verdadeira goleada.
Por Gilson Carvalho
Nota 9
Ficha Técnica
Relatos Selvagens (Relatos Salvajes) – 122 min.
Argentina, Espanha - 2014
Direção: Damián Szifron
Roteiro: Damián Szifron
Elenco: Ricardo Darín, Rita Cortese, Dario Grandinetti, Leonardo Sbaraglia, Julieta Zilberberg, Érica Rivas, Osmar Núñez, Oscar Martinez, Maria Onetto, Nancy Dupláa
Estreia: 23/10
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Achei interessante o filme, algum sucesso do ano passado. Em particular, eu amo Leonardo Sbaraglia, um excelente ator, que atualmente estrela O Hipnotizador.
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