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A costumeira diferença social convivida tão próxima na zona sul do Rio de Janeiro é assunto do longa Julio Sumiu, dirigido por Roberto Berliner e roteirizada por Patrícia Andrade (Dois Filhos de Francisco, 2008) e Beto Silva. De um lado, a família classe média constituída por Edna (Lília Cabral) e Eustáquio (Dudu Sandroni), pais do caçula Sílvio (Fiuk) e o desaparecido Julio (Pedro Nercessian), e de outro lado a favela chefiada por Tião Demônio (Leandro Firmino).
Com o sumiço do personagem-título, as classes se misturam causando confusão e mal entendido em trama cômica. No meio dos embaraços, a polícia, representada de forma estereotipada por Augusto Madeira, Stepan Nercessian e Babu Santana, se faz presente com outros fins, menos a procura do milico que não dá notícias há dias.
A personagem ingênua de Lília Cabral cansa em demasia, beirando à uma infantilidade inverossímil. Não obstante, seu papel possui relâmpagos de inteligências inexplicáveis, diante de tamanha inocência. Semelhante, a “periguete” Madalena (Carolina Dieckmann), cujo rosto aparece esporadicamente, eleva o tom estereotipado da trama em seu relacionamento com os policiais corruptos. Para completar a falta de criatividade, Tião Demônio cita a frase jargão, em referência ao filme Cidade de Deus (2002).
Sílvio é o único que se distingue de nuances desnecessárias. Seu personagem é contínuo, ele mantém a boçalidade requerida até o fim. Já seu amigo Zeca (Hugo Gravitol), embora faça o mesmo tipo, não consegue apresentar o carisma pretendido. Juntos, eles formam e esboçam a juventude alienada e inconsequente de parte da classe média carioca, até certo ponto, sem comprometer.
Afora os personagens caricatos, a trama comete uma mudança brusca no tom narrativo tal como visto em cenas de violência por parte da polícia e do tráfico, além do uso excessivo de drogas. Um adorno displicente. Todavia, existem méritos em Julio Sumiu: todas as letras das músicas executadas acompanham coerentemente ao que se passa na tela e a premissa apresentada vai direto ao ponto e se mantém até o fim da projeção.
Por: Tiago Canavarros
Nota: 5
Ficha Técnica
Julio Sumiu - 94 min
Brasil– 2014
Direção: Roberto Berliner
Roteiro: Patrícia Andrade, Vítor Leite e Beto Silva
Elenco: Lília Cabral, Fiuk, Carolina Dieckmann, Hugo Grativol, Babu Santan, Dudu Sandroni, Pedro Nercessian, Augusto Madeira, Stepan Nercessian e Leandro Firmino
Estreia: 17/04

Com o sumiço do personagem-título, as classes se misturam causando confusão e mal entendido em trama cômica. No meio dos embaraços, a polícia, representada de forma estereotipada por Augusto Madeira, Stepan Nercessian e Babu Santana, se faz presente com outros fins, menos a procura do milico que não dá notícias há dias.
Comédia de mal entendidos, “Julio Sumiu”, subestima inteligência do público

Sílvio é o único que se distingue de nuances desnecessárias. Seu personagem é contínuo, ele mantém a boçalidade requerida até o fim. Já seu amigo Zeca (Hugo Gravitol), embora faça o mesmo tipo, não consegue apresentar o carisma pretendido. Juntos, eles formam e esboçam a juventude alienada e inconsequente de parte da classe média carioca, até certo ponto, sem comprometer.
Afora os personagens caricatos, a trama comete uma mudança brusca no tom narrativo tal como visto em cenas de violência por parte da polícia e do tráfico, além do uso excessivo de drogas. Um adorno displicente. Todavia, existem méritos em Julio Sumiu: todas as letras das músicas executadas acompanham coerentemente ao que se passa na tela e a premissa apresentada vai direto ao ponto e se mantém até o fim da projeção.
Por: Tiago Canavarros
Nota: 5
Ficha Técnica
Julio Sumiu - 94 min
Brasil– 2014
Direção: Roberto Berliner
Roteiro: Patrícia Andrade, Vítor Leite e Beto Silva
Elenco: Lília Cabral, Fiuk, Carolina Dieckmann, Hugo Grativol, Babu Santan, Dudu Sandroni, Pedro Nercessian, Augusto Madeira, Stepan Nercessian e Leandro Firmino
Estreia: 17/04
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