Se, atualmente, os antigos filmes de Velho Oeste liderados por John Wayne e Clint Eastwood não atraem mais o grande público, os irmãos Joel e Ethan Coen já podem se orgulhar de seu novo filme: Bravura Indômita é um sedutor faroeste. A dupla, inspirada pelo romance escrito por Charles Portis, leva aos cinemas o drama de Mattie Ross (Hailee Steinfeld), uma menina de 14 anos que vai à cidade de Fort Smith, Arkansas, para reaver o corpo de seu falecido pai.
Determinada, ela também procura por justiça e, quando não obtém ajuda pelas autoridades legais, resolve contratar o agente federal Rooster Cogburn (Jeff Bridges, de Tron: O Legado) para ajudá-la a vingar a morte de seu pai. LaBoeuf (Matt Damon, de Além da Vida), um Ranger que também está à procura do criminoso responsável pelo assassinato do patriarca da família Ross, logo se junta à dupla na saga pelas terras poeirentas dos Estados Unidos.
Apesar do livro já ter sido adaptado em 1969 – dando o Oscar de Melhor Ator para John Wayne, papel hoje comandado por Bridges –, os diretores conseguiram um filme que não pode ser considerado simplesmente um remake. Apesar de beberem da fonte original, é possível ver a adaptação dos traços mais característicos dos Coen em cada frame: estão lá o humor negro, o tratamento de cores e as longas tomadas retratando a paisagem árida (que lembram muito Onde Os Fracos Não Têm Vez, outra obra de Joel e Ethan, vencedora dos Oscar de Melhor Filme, Diretor, Roteiro Original e Ator Coadjuvante de 2008).
Indicações ao Oscar, aliás, são o que não faltam para Bravura Indômita. Ao todo, são dez, inclusive nas categorias principais, de Melhor Filme, Direção, Ator (Bridges) e Atriz Coadjuvante (Steinfeld). Honestamente, em um ano sem o super favorito O Discurso do Rei e o arrasa-quarteirão A Rede Social, não seria injusto se Bravura Indômita levasse o troféu principal. Ainda que contenha suas críticas ao sistema judiciário americano, trata-se de um roteiro bem construído e conservador (a grande preferência dos votantes da estatueta dourada), o que já deu prêmios para outras películas em anos anteriores.
2011 se tornaria um daqueles anos em que um filme correto ganhou e pronto, sem maiores discussões. Jeff Bridges, por sua vez, está ótimo como um agente da lei controverso, caolho e beberrão: são suas as melhores tiradas da história, cheias de sarcasmo. Steinfeld também passa segurança em sua personagem, apesar de ser sua estreia nos cinemas.
10 Indicações ao Oscar: Filme, Diretor, Ator (Jeff Bridges), Atriz Coadjuvante (Hailee Steinfeld), Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Fotografia, Figurino, Edição de Som, Mixagem de Som
Bravura Indômita (True Grit) – 110 min
EUA – 2010
Direção: Ethan Coen, Joel Coen
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen – Baseado no romance de Charles Portis
Com: Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon, Josh Brolin, Barry Pepper, Dakin Matthews, Jarlath Conroy, Paul Rae, Domhnall Gleeson

Olá, Amanda:
ResponderExcluirAchei o filme mediano. O mais fraco dos que estão concorrendo ao premio principal esse ano e nem a badalada interpretação do Jeff Bridges me convenceu.
Aliás, em minha opinião, os anos 2000 foram terríveis para os Irmãos Cohen; tirando “The Man Who Wasn’t There” e” No Country for Old Men" só fizeram filmes abaixo da minha expectativa.
Abraços
Concordo com você a respeito dos anos 2000 pros Cohen, Eraserhead. O que é aquele "Queime Depois de Ler"? Chega a ser doloroso saber que tamanha mediocridade veio dos mesmos caras da pérola "Fargo".
ResponderExcluirQuanto a ser o mais fraco dos concorrentes, eu não me arrisco. É que tenho um certo resguardo com todo esse rebuliço por "A Rede Social", apesar de achar um bom filme... Deu pra entender, né? rs
P.S.: É Ananda. :)
Ananda, mil desculpas por trocar as letras do seu nome. : )
ResponderExcluirA Rede Social tem suas qualidades, mas também não achei tudo isso que falam por aí.
Dos filmes em disputa essa ano, o que eu mais gostei foi o Cisne Negro.
Acredito, no entanto, que leve apenas o Oscar de Atriz para Portman, dos 5 prêmios que esta disputando, mas o Oscar é assim mesmo, não? Sempre tem aquelas premiações polêmicas que ninguém entende nada, mas todo ano, todo mundo assiste mesmo assim.
Parabéns a você e aos outros autores do Blog pelo ótimo conteúdo. Estou sempre passando por aqui.
Abraços
Vi o filme e fiquei desapontado, concordo com quem falou que o filme é mediano, com exceção do humor negro proporcionado pelo personagem do bridges e do tom impetuoso da menina, não vi nada de interessante, me pareceu uma indicação para cobrir tabela.
ResponderExcluirMerece ter concorrido a todos oscars, melhor filme de faroeste feito nos ultimos anos ou ultimos tempos. recomedadissimo.
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